sábado, 30 de agosto de 2014

Treinamento de Força para Idosos



Treinamento de força para idosos e seus benefícios

A melhora da qualidade de vida para a população idosa esta ligado diretamente a prevenção de algumas patologias, a prática de atividades físicas o lazer entre outros aspectos sociais.

Quando falamos na população idosa do nosso país ainda notamos um certo descaso a esse publico, tais como: ausência de cuidados específicos, preconceitos por parte de alguns indivíduos (familiares, e empregadores principalmente) que os consideram incapazes, ausência de tratamento adequado por órgãos de saúde publica ou privada, a própria cultura ocidental que vê o idoso como um “peso” enquanto os orientais culturalmente os tratam com extrema importância pela consideração, e pela figura de um sábio ancião a ser consultado, outros aspetos também exclui os idosos da sociedade moderna como preconceitos ligados a dificuldade de aprendizagem ou te interatividade com a tecnologia, enfim poderíamos ficar escrevendo linhas e linhas sobre isso, mas a ideia é abordar nesse texto de forma simples e com uma linguagem facilitada, tópicos sobre como podemos melhorar a qualidade de vida dos idosos com a prática do treinamento de força.

Primeira coisa que devemos notar ao tomar esse assunto como tema é que o treinamento de força para idosos lida com duas variáveis principais que é: melhora significativa na saúde corporal (física) e melhora psicológica (mental).

Vamos primeiramente citar as principais dificuldades que os idosos enfrentam se baseando nessas duas variáveis, que é dificuldade de locomoção, movimentos limitados, doenças por conta do sedentarismo físico como doenças cardiovasculares e aumento da pressão arterial, osteoporose, diabetes etc, e na variável psicológica, podemos notar a solidão, depressão, baixa autoestima, tristeza entre outras.

Pensando agora em como o treinamento de força poderia auxiliar no tratamento de todas as patologias mencionadas acima, devemos partir do conceito que o idoso é um ser humano como qualquer outro e sendo ele um idoso saudável teremos ainda mais facilidade para auxiliar na prevenção de tais patologias, e sendo ele um idoso portador de alguma patologia mencionada acima, também podemos melhorar significativamente sua qualidade de vida porém devemos ter alguns cuidados extras.

Estudos mostram que a sarcopenia que é a perda de massa e função muscular é uma das características mais importantes no envelhecimento.
O predomínio da sarcopenia dependendo muito da definição usada, varia de 10 à 30% nos homens que estão na faixa etária dos 60 anos e nas mulheres na faixa dos 50 anos.

Se pegar um indivíduo saudável na faixa dos 20 à 80 anos a perda de massa muscular cumulativa equivale a 35 à 40 %, mas vale lembrar que essa perda de massa muscular não esta associada a perda de peso corporal uma vez que devido a substituição natural da massa magra pela gordura corporal.

Isso gera uma atrofia da contração muscular rápida das fibras do tipo II, essa perda de massa muscular que ocorre diminuindo a área da seção transversal das fibras musculares e o aumento da gordura intramuscular e no tecido conjuntivo faz com que ocorra uma redução no volume do tecido contrátil disponível para locomoção e para as funções metabólicas.

E onde então o treinamento de força entra?
O treinamento de força (musculação) se acompanhada por um profissional qualificado, e com o devido acompanhamento, pode estabilizar essa perda de fibras do tipo II, segundo Pollock & Wilmore, 1993, os treinamentos com pesos (musculação) é muito útil para o aumento da massa muscular e levando a um aumento bem significativo no tecido captador de glicose mesmo em repouso!
Mas partindo para uma linguagem mais simples a musculação aplicada de forma apropriada, e quebrando o paradigma de que musculação para idoso não se deve aplicar cargas, cai por terra uma vez que o estimulo e o aumento de massa muscular é possível somente com aplicação de cargas elevadas respeitando a limitação e a condição de cada indivíduo.
Com isso aos poucos o idoso terá ganhos significativos melhorando sua força, estabilizando sua postura através da musculatura treinada, e melhorando sua mobilidade, com isso podemos devolver ao paciente ou aluno uma qualidade de vida melhor.
Mas muitos devem estar perguntando, mas por que carga elevada? Porque as fibras do tipo II (contração rápida) só é estimulada com cargas elevadas, ou seja de nada resolve o profissional que pega o idoso, e trabalha sempre com cargas extremamente baixas, esse tipo de treino ira apenas cansar o aluno e não ira estimular as fibras musculares que ele mais perde com o passar de idade, sendo assim, existe também uma atenção especial ao idoso com algum trauma articular, pois neste caso a carga elevada ira prejudicar em vez de ajudar no desenvolvimento e no trabalho empregado ao aluno, mas existem métodos muito eficientes que podem ajudar nesses casos, como o Kaatsu Trainning (falarei deste método numa próxima oportunidade) que consiste em realizar a oclusão do fluxo sanguíneo do membro a ser treinado, porém a oclusão deve ser parcial usando uma bolsa pneumática para reduzir o fluxo sanguíneo, e usando a pressão arterial sistólica como referencia para manter durante o treino, este tipo de treino vem sido estudado pela UFRJ, mas pouco ainda difundido no Brasil.
A musculação (treinamento de força) bem aplicado ajuda e muito se o protocolo montado pelo profissional de educação física respeitar tais limitações, então não existe motivos para se preocupar achando que idosos com problemas articulares só treinarão através do Kaatsu Trainning, e inclusive podemos também ressaltar neste texto que o treinamento de força é extremamente indicado no tratamento de osteoporose, pois é errado pensar que o osso é apenas uma estrutura que mantêm nossa postura, hoje a ciência já trata o osso como um órgão , e isso é devido as inúmeras patologias que ele pode desencadear.
Por existir o osso compacto e osso poroso, esse ultimo que esta ligado diretamente a matriz óssea que é degenerada com o surgimento da osteoporose, o osso precisa ser estimulado e o estimulo ósseo é o impacto.
Então para tratar de osteoporose precisa gerar impacto ao osso?
A resposta é sim, ele responde a estímulos gerados pelo impacto, mas por estarmos falando de um publico onde não podemos gerar impactos intensos por conta dos riscos de lesão articular, empregamos o treinamento de força para tratamento da osteoporose, pois temos uma vantagem nesse tipo de treinamento que é a variável carga, pois como podemos controlar a carga que será aplicada no paciente o risco de lesão diminui, e muitos podem se perguntar: Mas o leg press por exemplo (aparelho de pressão nas pernas) não gera impacto no osso! Exato, ele não gera impacto, mas gera tensão no osso estimulando o mesmo, e a tensão que desejamos aplicar ao nosso paciente ou aluno (como queira chamar) é controlada através da carga que o profissional ira usar nas sessões.
Sendo assim o idoso por usa vez além de ter ótimos ganhos na sua mobilidade, fortalecimento muscular, podemos citar outros benefícios, como a aceleração metabólica, prevenção de doenças cardíacas, e hipertensivas.
E como deve ser iniciado o treinamento com o paciente idoso?
É de suma importância que o profissional em questão de ênfase aos membros inferiores, pois são eles que estão ligados diretamente com mobilidade e locomoção do paciente, não devendo ser ignorado membros superiores claro, mas a ênfase deve ser dada aos membros inferiores.
Poucas pessoas sabem, mas um dado que não podemos ignorar é que muitos idosos sofrem acidentes graves ou até mesmo morrem em consequência de atropelamentos, isso se deve por um fator psicológico do idoso, pois ele atravessava a rua num determinado tempo na sua fase adulta e ele calculava a distancia do carro que vem e a distancia a ser atravessada e conseguia atravessar com êxito, porem ao envelhecer ele ainda pensa que tem a mesma velocidade e explosão muscular para atravessar o mesmo percurso porém como vemos acima, durante a vida de uma pessoa as fibras musculares do tipo II vão diminuindo e ainda mais em decorrência do sedentarismo, e o idoso ao atravessar a rua o cérebro manda a informação para os músculos gerar a contração muscular, (A contração muscular corresponde a um encurtamento das fibras musculares como resposta normal a um estímulo nervoso) mas o deficit de fibras de contração rápida responsável por movimentos como corridas, trotes, ou piques ou deslocamento rápido, faz com que exista uma “falha” e o idoso não consegue arrancar com a mesma potência que ele fazia antes, ocasionando o acidente por atropelamento.

Por tanto o treinamento de força deve ser desmistificado, com a ideia de apenas um culto ao corpo, ou ligado apenas a estética, o treinamento de força é uma atividade física muito importante para uma melhor qualidade de vida, e infelizmente muitas pessoas quando pensa na musculação, logo pensa em músculos enormes, pessoas extremamente hipertrofiadas, e não é assim, se as pessoas soubessem o quanto é difícil construir um corpo hipertrofiado, ou esculpido, o quão é exigido da pessoa em relação ao treino, dietas, e outras variáveis, isso seria menos mistico aos olhos de pessoas que desconhecem a musculação como uma opção para a prática de atividades físicas.

Espero que tenham gostado do texto!

Abraços!


Ricardo Leite 

Osteoporose - Breve Introdução


Introdução

Nos dias de hoje doenças dos mais diversos tipos tomam conta do dia a dia das pessoas em suas mais diversas classes sociais, entre elas esta a osteoporose, que vem sendo diagnosticada com frequência em homens e mulheres, e por sua vez sua evidencia se da principalmente ao sedentarismo e fatores ligados aos hormônios sexuais.

Atividade Física e os fatores hormonais relacionados a osteoporose.

Nos dias de hoje é comum ouvir falar de osteoporose, principalmente em mulheres com uma idade mais avançada, e quando falamos em idade avançada não devemos pensar em idosas, mas sim em mulheres pós-menopausa, ou seja após cessão da produção de alguns hormônios sexuais.

Nos homens esta relacionado pelo mesmo motivo, mas por não existir no homem uma cessão tão intensa como a menopausa, os riscos diminuem mas isso não quer dizer que os homens estão totalmente isentos de desenvolver osteoporose, uma vez que alguns indivíduos após uma determinada idade apresenta deficiência na produção de testosterona por exemplo, comum nos dias de hoje ouvir se falar em tratamentos como o TRT, porem seus efeitos colaterais são ainda muito pouco conclusivos, pois sabe-se dos efeitos, mas não se sabe quando, e em que intensidade eles se desencadeiam.

Quando pensamos em questões hormonais devemos lembrar que os hormônios são fatores determinantes na remodelação óssea e por estimular a recepção dos osteoblastos, células responsáveis pela construção da matriz óssea. Quando falamos em matriz óssea devemos lembrar de que o osso humano é constituído de osso compacto (em suas extremidades ou sua parede óssea por assim dizer) e osso poroso que é o osso encontrado na matriz óssea sendo este que sofre degradação dos osteoclastos, decorrente dos fatores hormonais como mencionado, ou através de atividades físicas intensas e planejadas de forma inadequada.

Porem é fato e comprovado que a atividade física ou o sedentarismo está relacionado com o surgimento da osteoporose, pois hoje o osso sendo tratado como um órgão e sabendo que dele é originado as mais diversas patologias, fica claro que o estudo da atividade física no tecido ósseo assim como é estudado no músculo é de suma importância para ajudar a esclarecer o surgimento e o  desenvolvimento da osteoporose e seu tratamento.

Focando na atividade física como uma forma preventiva da osteoporose podemos dizer que o estimulo causado pela prática de esporte no osso através do impacto é que gera a regressão ou estabilização de tal patologia.

Porem a atividade física empregada de forma incorreta pode prejudicar em vez de auxiliar no tratamento, porque uma vez que o osso sofre algum dano na sua epífise, e causando o fechamento da mesma de forma prematura, pode atrapalhar o desenvolvimento ósseo no indivíduo.

Mas se levarmos em consideração a atividade física bem empregada, por profissionais qualificados podemos ter ótimos resultados no tratamento da osteoporose, principalmente se considerarmos a biomecânica e o treinamento de força, pois através dessas duas ciências, conseguimos controlar algumas variáveis importantes para o tratamento, como o fator carga, que não gera impacto no osso, mas gera pressão, que também causa estímulos no mesmo.

Porem devemos sempre pensar que existem pessoas quais suas articulações podem estar comprometidas, sendo então muito questionado o uso do treinamento de força como forma de tratamento da osteoporose, mas como citado acima se conciliado com a biomecânica, onde controlamos de forma eficaz o ângulo e amplitude que trabalharemos com o paciente, o treinamento de força se torna um aliado poderoso para tratar até mesmo pessoas com problemas articulares, sendo que dentro da musculação temos os mais variados tipos de tratamento para tal patologia.


Conclusão.

Fatores hormonais estão relacionados com a osteoporose, e por sua vez esses apresentam riscos desconhecidos para a ciência, seus efeitos colaterais existem, mas varia de indivíduo para indivíduo, não podendo ser estudado com exatidão, por outro lado a ciência, já comprovou através de estudos em ratas, e em até mesmo em humanos que a atividade física é uma forte aliada na prevenção, tratamento e cuidados relacionados a osteoporose e se bem empregada junto com as mais diversas terapêuticas existentes podemos diminuir a osteoporose em homens e mulheres melhorando assim a qualidade de vida, com o aumento da expectativa de vida.

Texto: Ricardo Leite (Bane) 


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Educação Física no Ensino Fundamental



A Educação física hoje é vista como de suma importância para formação do caráter da criança pois é justamente este profissional de educação física que consegue ter uma relação mais próxima com seus alunos, vivendo com eles algumas de suas emoções e compartilhando de suas conquistas.

Mas porque a educação física tomou tamanha importância na educação das crianças?

Porque existiu na década de 80 uma resistência influenciada diretamente pela pedagogia e áreas cientificas da educação física junto as pesquisa de campo fez com que ela fosse concebida como disciplina acadêmica
(Henry apud BROOKS, 1981; TANI et al ., 1988)

Neste momento a educação física entra na contra-mão do tecnicismo, rendimento esportivo e biologista e da espaço a uma educação física que visa as mais diversas expressões da cultura corporal, como danças, lutas, gincanas, jogos e brincadeiras , tornando assim uma matéria mais social e menos excludente, possibilitando que todos participem e desenvolvam suas atividades e aptidões de forma natural e espontânea sem pensar no esporte de alto rendimento.

Se o foco da educação física então sofre esta mudança automaticamente surge as perguntas como: E os novos talentos do esporte? A competição sempre foi o motor da educação física, e como isso é nos dias atuais?

Bem visando o aspecto mais pedagógico da educação física, é muito mais importante você trabalhar o caráter de seus alunos ainda no ensino médio e até mesmo antes nos primeiros anos de escola porque mais tarde se o aluno se interessar em seguir realmente na vida esportiva ele ira procurar clubes e associações, ginásios e academias que poderão dar o suporte para ele seguir no esporte de alto rendimento, mas vamos ver com atenção isso, pois ele não precisa sair da escola um atleta, mesmo porque os aspectos técnicos serão trabalhados de formas repetitivas até atingir o máximo do seu rendimento, mas já o caráter é muito mais difícil de se trabalhar depois que ele esta formado, então podemos construir já no ensino médio através da vivencia em diversas atividades um futuro profissional com bestante Fair Play (Jogo Limpo, ou Jogo Justo) sendo aquele profissional que mais tarde não ira se desapontar com barreiras ou derrotas e sim supera-las e seguir atras de seu sonho.

No ensino médio é que também conseguimos notar duas coisas que são de muita importância na formação de um aluno-atleta que são a inteligencia emocional e inteligencia motora.

A Emocional é a inteligencia que esta ligada diretamente a motivação do aluno em gostar de uma determinada modalidade esportiva, esta inteligencia podemos notar nas escolas onde o profissional de educação física trabalha diversas modalidades, então por exemplo, este profissional aplica um jogo de futebol e posteriormente em uma segunda aula ele muda para o handebol e assim progressivamente mostrando as mais diversas modalidades, pode-se notar que existira alunos que irão muito bem nas aulas de futebol e outros nem tanto, mas quando a modalidade se inverte este cenário também muda, mostrando que aquele mesmo aluno que não foi bem no futebol , esta extremamente empolgado em jogar o handebol por exemplo, pela motivação, pela emoção que ele sente em fazer aquela modalidade.

Outra questão é a inteligencia motora, que esta por sua vez se trabalhada de forma correta ajuda o aluno ainda na escola ter um direção no esporte, ou seja, depende muito do professor estimular e notar isso em seu aluno, mas tal inteligencia parte do conceito de facilidade e dificuldade motora para executar um determinado movimento, ação, ou técnica.

Sendo mais especifico esta inteligencia esta ligada a habilidade de um aluno e outro em por exemplo executar uma finalização para o gol durante um jogo, enquanto um em uma ou duas aulas aprende todo movimento técnico de um chute envolvendo pé de apoio e o outro a alavanca que ira disparar a bola contra as balizas, o outro ira chutar a bola de forma ainda descoordenada, tendo um pouco mais de dificuldade, mas isto não quer dizer que ele não seja capaz é apenas uma habilidade que pode e deve ser trabalhada, mas que exige do profissional de educação física um olhar de contexto podendo fazer com que este aluno jogue em uma outra posição onde ele terá uma aptidão melhor.

O conceito dessas duas inteligencias sendo trabalhadas por um profissional qualificado e com ideias são extremamente inclusivas , motivando o aluno a brincar e participar das mais diversas atividades propostas de forma prazerosa e não imposta, despertando assim dentro da criança sua motivação pelo esporte.

Por fim a importância da educação física dentro das escolas esta associada hoje a formação de cidadãos com seus direitos e deveres, opções e decisões, mas sempre de forma direcionada e bem orientada pelos professores para melhor propor a este uma qualidade de vida física e mental em esfera social para sua vida toda!

Texto : Ricardo Leite (Bane)